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Doentes ‘canalizados’ para o setor privado?!

Foto do escritor: Roberto AlmadaRoberto Almada

Das audições realizadas, a propósito do Inquérito que decorre no Parlamento – com o propósito de, como diz a Resolução publicada em Diário da República, aferir da “relação entre o setor público e o setor privado” –, ficou claro que existem longas listas de espera para cirurgias, e outros atos médicos, que fazem desesperar os doentes. Um dos diretores de serviço ouvido admitiu existir, só na sua especialidade, mais de 800 pessoas em espera para a realização de cirurgias. Em algumas das outras especialidades o panorama será idêntico o que, presumo eu, fará com que alguns desses utentes do Serviço de Saúde tenham que esperar vários anos para poderem ser intervencionados. Não sendo propósito desta Comissão analisar as listas de espera – o que será objeto de outra Comissão de Inquérito, já criada – a verdade é que, se queremos aferir da “relação entre o setor público e o setor privado”, temos que colocar a seguinte questão: havendo uma lista de espera para cirurgias que, em algumas especialidades, se aproxima de um milhar de pessoas, não contribuirá esta situação para que muitos desses doentes se vejam obrigados a empenhar todas as suas (magras) poupanças para serem intervencionados no setor privado?! Até acredito que os profissionais de saúde que atendem os utentes no público não lhes digam para irem para o privado fazer a operação de que necessitam. Não é preciso: quem necessite, por exemplo, de uma operação às cataratas e, ao fim de três anos, esteja a perder a visão, não precisa que ninguém lhe diga o que tem que fazer. Nem que tenha que pedir dinheiro vai onde for preciso para fazer a intervenção cirúrgica. Todos conhecemos casos e situações destas. Perante este cenário será falsa a afirmação de que “existem doentes que são ‘canalizados’ para o setor privado por não encontrarem resposta em tempo útil no setor público”?! A Comissão de Inquérito, e cada um de nós, tirará, certamente, a sua conclusão.


(Artigo de opinião publicado na edição impressa de hoje do DN Madeira)

(Foto: Google Imagens)

 
 
 

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