Pela sua atualidade e importância, transcrevo, neste espaço, a carta do leitor publicada hoje no DN Madeira, da autoria de Conceicão Pereira:
"Em Portugal, de Janeiro até o dia 4 de Fevereiro, foram assassinadas 9 mulheres, às mãos de maridos, companheiros e outros familiares. Neste dia malfadado de 4 de Fevereiro de 2019, um machista matou a sogra e a filha, com apenas 2 anos de vida.
Esta monstruosidade aconteceu em Portugal, país altamente religioso, em que o povo é considerado de brandos costumes. Imaginemos o que seria se os costumes não fossem brandos.
Que educação esta geração de portugueses tem recebido para se transformarem nestes monstros sem o mínimo de respeito pela vida, pois este não só matou a sogra, mas que foi capaz de matar a sua filha com as suas próprias mãos, segundo os relatos da Comunicação Social.
E ainda dizem mal das feministas, que lutam contra o machismo e apenas preconizam a igualdade de direitos entre homens e mulheres. O feminismo não mata.
O machismo mata, o machismo impera, o machismo está impregnado na sociedade e vem do fundo dos tempos. O homem é mais forte que a mulher fisicamente e tomou o poder desde que a humanidade deixou a vida nómada. E criou-se doutrina, ensinamentos, para que a sociedade seguisse essas normas, como preceitos sagrados. “Mais vale a maldade do homem que a bondade da mulher” tirado da Bíblia (Antigo Testamento).
As mulheres e os homens conscientes dos seus direitos têm obrigação de lutar contra esta aberração que é o machismo, que tantos males causa na sociedade. E devemos exigir do poder político e, sobretudo, do poder judicial, que seja severo com os machistas e proteja as vítimas, para não “chorarmos sobre o leite derramado”. As vidas perdidas são irrecuperáveis.
Que tipo de sociedade queremos deixar aos vindouros? Uma sociedade machista, violenta? Ou queremos que os nossos descendentes vivam em igualdade, em paz e harmonia?
Acham que os vossos filhos-homens vão ser mais felizes dentro duma família onde reina a alta autoridade deles, as brigas e violências ou vivendo em paz e harmonia com mulher e filhos em que todos se respeitam, se amam e se ajudam mutuamente?
Enquanto isto, temos de combater o machismo existente de todas as formas e maneiras, nas famílias, na sociedade, na política e nos tribunais".
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